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Publicação parcial 1 

                                    A RECOMPENSA

            – A BUSCA POR UMA VERDADE QUE PODE SER SÓ TUA


                                                                                                                   José Cláudio Tavares

 
 
1     1.             PREÂMBULO

 

Quando me propus escrever, sem nenhuma convicção de ter essa aptidão, foi no sentido de responder uma questão aparentemente simples: O que se busca é a verdade ou a recompensa?

 

É estranho porque ao longo de minha vida vi pessoas eruditas se depararem com a questão da falta de autenticidade na busca da verdade eterna, no caso, de Deus, como elemento metafísico, pessoal e criador de todas as coisas.

 

Dizem simplesmente: não sou religioso, “acredito” em Deus, mas penso que as pessoas só buscam recompensa, ganhar alguma coisa, nem que seja a “aprovação” de Deus.

 
Por isso resolvi escrever como se fosse uma coletânea, dividida por temas: sobre a vida, sobre a sobrevivência, sobre a religião, sobre a filosofia, e o que mais contiver que possa  conduzir a uma reflexão, talvez, ou chegar à uma conclusão, pelo menos expletiva na linguagem crua “uma verdade nem que seja só a sua.”

 

Logo de cara devo informar, que o autor não é perfeito, e que pode ter ocorrido erro, omissão ou até mesmo contradição, devido a muitas citações, passagens, não contem notas, referências, e por isso, por saber que não sou perfeito, peço, encareço mesmo, por favor, ajudem-me, caros amigos e amigas leitores(as), enviando-me suas críticas, e indicando onde falhei nas referências e notas, para fazer uma bela errata numa próxima oportunidade.

 

Importante que os ensaios, pensamentos, citações sejam quais forem devem ser meditados, e vivenciados pelo espírito, sem antes de aceitá-los como verdadeiros.

 

Que faz o homem ser diferente se não pensar?

 

Portanto, vamos juntos nessa caminhada e tentar responder, pelo menos a nós mesmos, será que buscamos recompensa, ou será que buscamos uma verdade eterna?

 

Impressionante como as pessoas querem nos fazer crer naquilo que eles consideram como verdade, ou seja, algo que é real, deixando-nos como que inertes, sem buscar a nossa própria compreensão daquilo que é mais real.

 

Cruza aí uma dúvida filosófica entre o que é real e o que mais real na busca pela verdade. Quando se fala em verdade não se quer dizer a verdade eterna, não é isto que buscamos, e sim aquilo que nos acalenta a alma, que responde ao espírito, aquela que abraçamos e nos justifica a vida, aquela que, quem sabe, traz uma recompensa.

 

A verdade eterna pertence a Deus. Se um espiritualista ou um cultor de uma religião, busca a verdade considerada a ligação com Deus e sua verdade, que oferece a vida eterna, e até em algumas religiões uma vida abundante regada a leite e mel, e até vinho e donzelas virgens; se é um cientista busca a verdade científica, comprovada pela ciência, se é um hedonista busca o prazer, enfim, com suas crenças, comportamentos e valores, instituições, regras morais que permeiam e dá sentido a cosmologia social[1], permite que cada pessoa ou grupo tenha a sua “verdade”.

 

Não estou ironizando, nem criticando, apenas tento mostrar como é tênue a linha dessa questão pela busca pela verdade, quando não sabemos nem em que plano nos encontramos.  A física quântica está ai, embora discutida, para dizer que não estamos em plano tridimensional, mas quadridimensional, ou mais ainda, não mais pela altura, comprimento e largura, e que pode ser uma ponte entre a ciência e o mundo espiritual.

 

Será mesmo que o “conhece-te a ti mesmo” do filósofo grego Sócrates é o início da resposta da busca pela verdade. Afinal, o que sabemos?

 

Quem já teve a experiência de viver mais anos, aproxima-se de valores imponderáveis da sua própria vida e para onde vai, questiona-se sobre a morte – e se pergunta se vai mesmo para algum lugar. E aqueles que crêm que alcançarão a vida eterna, o fazem pela fé. Ninguém tem muita certeza, alguns creem numa vida eterna, outros creem na ressureição e outros na reencarnação e outros não creem em nada e alguns até dizem que quem sabe de alguma coisa não volta para contar como é lá.

 

Só o que sabemos é que buscamos é uma verdade, aquilo que é real para nós, aquilo que consideramos uma verdade. E por que, queremos a recompensa.

 

Se assim não fosse, veja um mundo utópico sob a ótica da paz, os conflitos não haveriam, traições  e guerra nem pensar, ou seja, não ocorreria rixas, demandas, quizílias, tudo seria compreendido pela mesma verdade. Mas, não é assim, a sociedade vive um caos perene desde que o mundo é mundo.

 

Por isso amigo (a), não se envergonhe de estar em conflito consigo mesmo, e com os outros ou de estar numa crise de identidade, ou de se sentir solitário e diferente por se questionar, por duvidar, e por buscar incessantemente, e até mesmo por viver alhures e alheio a todas essas coisas. Você pode não estar abraçando nenhuma “verdade pré-estabelecida”. Tem até aqueles que apenas desejam ser “justificados” em sua vida social, no fundo no fundo, não buscam nada, apenas são levados pelos eventos da vida’. Mas, todos querem e precisam ser ouvidos.

 

Esse escrito não vai responder a questão da busca da verdade eterna, mas pretende lhe apresentar pensamentos diversos sobre os variados temas da vida que lhe dará um caminho para vislumbrar a sua verdade, reflexionar e ponderar a objetividade dos filósofos, dos mestres, dos poetas, dos santos e de outros expoentes pensadores.

 

Já ia me esquecendo de dizer: essa coletânea (pretende ser) foi feita não para o propósito de ser mais um escrito guardado na estante com pensamentos, citações, poesias, filosofias seculares, etc. Pretende, sem ser pretensioso, ajudar a interpretar os sinais que nos chegam através desses mestres para descobrir se o que realmente buscamos: uma verdade eterna (Deus) ou uma recompensa (felicidade)? Assim, aquilo que não concorda – dê seu próprio e atual entendimento - mas acredite isso pode mudar no tempo - perscrute -a.

 

Afinal Deus existe mesmo? Quem deve responder a essa pergunta? Aquele que se diz revestido com a autoridade divina? Mas quem o constitui sobre nós?

 

É o que pretende o errante espírito do buscador da verdade ---, a sua realidade, o que é mais real. Por isso, digo já que não é um escrito para se ler com um pé atrás, não, por favor, leiam com os dois pés atrás.

 

2.    O SER HUMANO

 
“Quanto mais conheço os homens menos gosto deles”

 (Arthur Shopenhauer - 1788 – 1860)

 

            Este pensamento justifica-se quando revelamos a maldade do homem, alguém já disse que o “animal castiga e até mata o outro animal, mas o homem é o único que sente satisfação quando faz isso”.

 

Todos sabemos que o filósofo em referência era tido como “pessimista”, mas não podemos negar que o homem nasceu com o mal dentro dele. A Bíblia diz ...”O primeiro homem Adão, foi feito alma vivente....“teêm peçonha semelhante à peçonha da serpente”.[2]     

(A continuar)

[1] Cosmologia social é a identidade própria de um grupo humano em território e num determinado período. (Declaração sobre diversidade cultura –UNESCO, 2001.11 )  
[2] Salmos Capítulo 58 – 4 – Bíblia na versão Almeida Revista e atualizada
biblia.com.br

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